quarta-feira, 6 de julho de 2011

Professor encontra prova de que Minas Gerais já teve mar

Em uma biblioteca, o professor de química Luciano Faria, notou pedrinhas diferentes que descobriu serem fósseis com milhões de anos.


No interior de Minas Gerais, foram encontrados vestígios de dois bilhões de anos que são um indício de que os mineiros já tiveram praia.

Esportes radicais, calorão. Tem cara de litoral, mas é Minas Gerais mesmo. “Falta só praia”, pede uma mineira.

Falta hoje. Mas no passado, nunca faltou. Minas Gerais, acredite, já teve um marzão daqueles. Não só teve como deixou vestígios. Foi um pequeno detalhe, escondido no chão de uma escola, que levou a uma descoberta curiosa. Em uma visita à biblioteca, o professor de química Luciano Faria, notou pedrinhas diferentes. Decidiu investigar. Levou a tralha de pesquisador e jogou ácido nas tais pedras.

“As bolhas são gás carbônico que está sendo liberado da reação”, explica o professor de química Luciano Faria.

As bolhas confirmaram a suspeita do professor. As pedras têm nada menos que dois bilhões de anos. Eram algas marinhas, que ao longo de milhões de anos, foram se calcificando, viraram fósseis. Depois foram cortadas e vendidas como decoração de pisos e paredes.

“Ficamos até mais interessado no piso da biblioteca. A gente pisa até com mais cuidado”, admite Marina Fernandes Ferreira, de 13 anos.

A novidade despertou o interesse do especialista em paleontologia da PUC Minas Castor Cartelli, que foi à escola, analisou as pedras, e confirmou que elas vieram mesmo do mar.

O mar se foi mas as pedras ficaram. Até hoje existem muitas delas por aí em quatro estados: Rio Grande do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Em Sete Lagoas, perto de Belo Horizonte, ainda há marcas da pré-história. Todas as camadas enrugadas, segundo o professor, seriam algas calcificadas. Ou seja, se fosse hoje, nós estaríamos no fundo de um oceano.

Mas qual seria o tamanho desse mar? Difícil dizer, alega o professor. Muitas dessas pedras foram implodidas para a construção de estradas, destruindo pistas que poderiam levar a uma informação mais precisa. Mas que devia ser bonito, isso devia.

“Certamente era rasteiro, não muito profundo, quente, mais ou menos como o Caribe. Quer dizer, o Caribe seria aqui”, aponta o especialista em paleontologia da PUC Minas Castor Cartelli.

Nenhum comentário: